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Fábio de Carvalho: E um futuro Sonho de Cachorro


“No caminho de volta pra casa eu vejo Jesus Cristo estendendo suas mãos mas eu não ligo eu só piso em toda poça, toda pessoa” (paz imensa)

Em meio de tanta mudança hoje em dia no cenário musical brasileiro, com tantas bandas boas imergindo de onde nunca se pensaria nesse país. Fábio de Carvalho se destaca, mesmo que não tanto quanto outras (como as englobadas pelo selo Balaclava) mas com certeza no meu coração, largando em disparada como um dos meus artistas favoritos.

“ Tive a impressão que tinha decepcionado, o que é uma forma delicada de dizer que não tive coragem de beijar seus lábios” (ano violento)

Ouvi seu álbum Tudo em vão (2015) no início desse ano e foi simplesmente amor à primeira vista, relembrando um espírito muito parecido de quando eu escutei Lupe de Lupe pela primeira vez (que se tornaria minha banda favorita a partir dali). O artista de Belo Horizonte (berço atual de grandes bandas) pega todo aquele espírito e traz à tona o seu melhor, com melodias bagunçadas e harmônicas ao mesmo tempo acompanhadas de letras incrivelmente bem escritas.

“Será que eu vou ter uma família pra me ver morrer? ” (L'arrivée D'un Train À La Ciotat, 1895)

O maior crédito que eu dou a Fábio é sua habilidade de criar letras tão biográficas e que tanto se encaixam com o público. Feitas como histórias cantadas, variando sobre festas escolares, crises emocionais e futuro incerto, ele discorre sobre tudo o que cerca a juventude atualmente. Ao som de perfeitos acordes e dedilhados com melodias regadas de distorção que servem de melhor ao seu propósito, acompanham uma bateria muitas vezes frenética, outras vezes ausente, me cativando por completo e fazendo com que eu abraçasse esse álbum e se tornasse um fã de seu trabalho.

“Eu é que sou um tremendo rabugento” (canto 1)

Como sempre quis ter uma banda, e sempre quis ser o vocalista desta, Lupe de Lupe me mostrou que eu não preciso saber cantar bem pra fazer com que a música seja maravilhosa, e assim como eles, Fábio me mostrou que a música não precisa ser tão abstrata, podendo sim conter uma história, e principalmente um desabafo contra tudo o que acontece com nós mesmos... coisas que nós não contamos para as pessoas.

“Eu preciso dela, mas ela não precisa de mim” (Sábado, entre 16:30 e 17:50)

Termino essa breve homenagem com um agradecimento ao Fábio por ser esse grande músico que me inspira, que admiro e que com certeza é admirado por gente muito mais importante que eu. E principalmente por ser um dos artistas que ainda quero estar vivo para assistir um show.

“E sei das suas obrigações, mas eu queria ser a prioridade de alguém” (Sobre uma festa)

Autores

Uma artista (em graduação), aquarelista, amante de Monet, adora animais e dona de um café (futuramente)

Um biólogo (quase), baixista, apreciador de boa música (questionável), player 1 e quase sempre entediado

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